domingo, 21 de fevereiro de 2010

.no dia que fugi de casa.

Percebi que não sirvo nem mesmo para ser rebelde. Quem nunca fugiu de casa? Tarde da noite, os pais dormindo, o telefone toca, a chave balança tentadoramente. Tem uma galera bêbada no carro, cantando "eu só peço a deus um pouco de malandraaaaaaaagem..." em frente a sua casa, e ainda listam 75 motivos para você escapar só um pouquinho e curtir a vida em quanto a morte está parida.
Fico naquela do vou-não-vou, até decidir: vou!
Bolei um super plano e acreditem, meus colegas, coloquei almofadas debaixo do cobertor, bem ao estilo Makaulin Culkin em Esqueceram de mim. Sei que estão pensando o quanto isso é ultrapassado e só um idiota faria, mas ei, lembrem que nunca tinha fugido de casa antes, então tive idéias tolas como essa.
Meu irmão, muito sábio, alertou-me:
- Tá magra demais, mamãe vai desconfiar.
- Vai a merda - disse revoltada com a brincadeirinha de mal gosto sobre meu peso às 1:35 da madrugada.

As más companhias esperavam na esquina e gritavam de longe, com expressões de curtindo-a-vida-adoidado nos rostos.
Aí que felicidade eu sentia. Tinha feito uma loucura e agora me divertia bastante com a chave no bolso, a cerveja na mão e um sorriso sem fim.
Mas...como tudo que é bom dura pouco...meu celular toca "Mãe Chamando". Ok, preparem suas roupas pretas, amanhã tem funeral. Entrei em choque. Pegaram o carro e me levaram de volta pra casa no espaço de terminar a chamada não atendida da minha mãezinha.
- Pega na mentira, não é? Almofadas, Larissa?! Patético.

Confesso que foi patético, e que a fuga não durou 1 hora.
- Eu não disse que tava magra demais?
[meu irmão ajuda muito, viu?! ¬¬']

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